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A iminente crise da suinocultura gaúcha foi abordada pelo deputado Aloísio Classmann, líder do PTB na Assembleia, durante sessão plenária desta quarta-feira (6). Ocupando o espaço dedicado à liderança da bancada, o parlamentar demonstrou preocupação com os rumos do setor e pediu apoio dos colegas para sensibilizar os governos da urgência desse debate, que atinge diretamente a economia do Estado.
O deputado destacou que além do embargo russo à carne suína, os agricultores gaúchos sofrem com o aumento do custo da produção, devido à alta do preço do milho e do desajuste entre a oferta e a demanda. “Hoje, o produtor recebe pelo quilo do suíno cerca de R$ 1,70, valor que há um ano era de R$ 3,00. Isso representa um prejuízo de R$ 80,00 por suíno vendido. Para se ter uma ideia do aumento do custo da produção, a saca de milho, que no ano passado valia R$ 20,00, hoje está em R$ 30,00”, apontou.
Ele demonstrou ainda temor de que muitos produtores fechem suas granjas e cobrou medidas emergenciais de incentivo à suinocultura por parte dos governantes. “Se nada for feito, os produtores irão quebrar. Precisamos ter visão estratégica e não permitir que esta tão importante atividade sofra uma paralisação. É hora de os governos se imporem e ajudarem a reverter esse quadro, definindo uma política agrícola para o setor de grãos e para os estoques excedentes de carne suína”, comentou.
Segundo Classmann, quase 600 mil gaúchos dependem da suinocultura, produção que atinge aproximadamente 176 mil famílias no Rio Grande do Sul. Essa produção representou, somente em 2009, a exportação de 236 mil toneladas de carne suína gaúcha e trouxe para o Estado mais de R$ 5,2 bilhões. Por isso, segundo ele, é necessária a adoção de medidas urgentes, como a prorrogação de dívidas referentes a empréstimos de investimentos e custeios na área da suinocultura.
O deputado lembrou ainda da aprovação, em março de 2010, de projeto de sua autoria, que incluiu a carne suína no cardápio da rede pública estadual de ensino, valorizando e incentivando a produção. “Por isso, a saída para a crise da suinocultura passa pelo incentivo à produção, passa por uma política de abastecimento de milho, uma política de preço mínimo para o suíno e por um programa de compras de carne de porco para os estoques públicos em épocas de crise do setor”, finalizou.
Fernanda Crancio - MTB 8815